Síria condena "escalada injustificada" após novos ataques israelitas
Durante a noite e madrugada desta quinta-feira, Israel atacou infraestruturas militares em Damasco e perto da cidade síria de Hama. Ataques que o Governo sírio condenou veemente, classificando-os como uma "escalada injustificada".
De acordo com o ministro israelita da Defesa, Israel Katz, estes ataques aéreos foram “uma mensagem clara e um aviso para o futuro: não permitiremos que a segurança do Estado de Israel seja prejudicada”.
Num comunicado, as Forças de Defesa de Israel (FDI) referiram que atacaram, durante a noite, "capacidades militares que permaneciam nas bases sírias de Hama e T4 (próximo da capital Damasco), para além de outros restantes locais de infraestruturas militares na zona de Damasco".
"As FDI continuarão a operar para remover qualquer ameaça aos civis israelitas", garantiram.
Alertando para a influência turca na Síria, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, acusou Ancara de desempenhar um “papel negativo” no território, no Líbano e em outras regiões.
“Eles [Turquia] estão a fazer o máximo para ter a Síria como um protetorado turco. Está claro que essa é a intenção deles”, afirmou em conferência de imprensa em Paris.
A Síria condenou os ataques israelitas que atingiram todo o país como uma "violação flagrante" da soberania e mataram pelo menos 13 pessoas. De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Israel atingiu cinco áreas distintas em apenas 30 minutos, destruindo quase completamente a base aérea de Hama.
"Essa escalada injustificada é uma tentativa deliberada de desestabilizar a Síria e agravar o sofrimento do povo", denunciou o ministério numa publicação no Telegram.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) disse que as vítimas eram homens locais armados que foram mortos "quando procuravam confrontar as forças israelitas”.
Israel lançou centenas de ataques a instalações militares desde que os rebeldes islamitas depuseram o presidente sírio, Bashar al-Assad, do poder, no passado dezembro, dizendo que o objetivo era impedir que armas e material de guerra caísse nas mãos das novas autoridades, que Israel considera constituídas por jihadistas. Nos dias seguintes à queda de Bashar al-Assad, o OSDH reportou ataques israelitas contra o centro de investigação de Barzeh.
E já no mês passado, Israel disse ter atacado a base militar T4 por duas vezes.